Timóteo




Diz a tradição que um tal de Manuel Timóteo, vendo boas perspectivas em abrir uma vendinha nas proximidades da mineração de ouro, denominada Barrinha, pertencente a Cláudio de Andrade, fez uma pequena abertura na cabeceira de um córrego, confinando com a dita mineração justamente onde se acha hoje localizada a cidade de Timóteo, onde abrira sua vendinha. Quando algum escravo conseguia dar uma escapadela até a vendinha, dizia para seu parceiro, na sua linguagem simples, que tinha ido no “Timóteo” nascendo aí oi nome do lugar e do córrego que o banha. Não é de todo desprovido de certa base a acima referida tradição porque em 1946, quando se fazia o esgotamento de um brejo que existe na antiga rua do canto fora encontrada uma garrafa enterrada na dita, lama, cujo conteúdo não fora visto e que diziam ser ouro em pó, talvez roubado por escravo da mineração da Barrinha.



Como a área territorial do atual município de Timóteo está dentro da Sesmaria Alegre, fez-se mister conhecer algo a respeito.

O imperador D. Pedro II, vendo a necessidade de povoar e cultivar o imenso sertão do Rio Doce, expediu alvará autorizando o governador da província de Minas Gerais conceder por exceção Sesmarias de terras devolutas, a quem se obrigasse a habitá-las, povoá-las e cultivá-las. Para usufruir desse direito, segundo um relatório existente no arquivo público mineiro, escrito pelo alferes Francisco de Paula Mascarenhas, encarregado pelo governador da província de Minas, Manoel Inácio de Melo e Souza de fazer o levantamento cadastral do Rio Doce, ele declarava que a 17 de junho de 1832, pernoitava no sítio do Alegre de Francisco de Paula e Silva, que ali residia desde 11 de setembro de 1831, com sua família e numerosos escravos.

Assim, em 1832, Francisco de Paula e Silva, requeria uma sesmaria de terras no córrego de Timóteo que deságua no Piracicaba; sobra da sesmaria de seu concunhado Felício Moreira da Silva, onde construiu a sua Fazenda do Alegre, onde é atualmente a Fazenda de D. Maria Nazaré Lelles Ferreira.


Por falecimento de Chico Santa Maria e sua esposa D. Teodomira Correa de Assis coube a fazenda do Alegre, por herança, aos seus filhos Francisco, que ficou mais conhecido por Chico Santa Maria Moço, e a José também mais conhecido por Juca do Alegre.Esse último como residia fora, vendeu a sua parte para Antônio Malaquias, ficaram como legítimos herdeiros seus filhos: Manuel, Antônio, Sebastião, José e Francisco Malaquias. Esse último ficando tuberculoso e sabendo que o seu mal era incurável, fez doação do terreno que herdara para o patrimônio de São Sebastião do Alegre do Timóteo, onde começaram a ser levantadas as primeiras habitações, começando assim o povoamento da cidade de hoje Timóteo, que a princípio fez parte do território da Babilônia (Marliéria), incorporando-se em seguida a São José do Grama (Jaguaraçu).
    

                                      

Por volta de 1914, o cura de São José do Grama, padre João, celebrou a primeira missa em uma capelinha coberta com folhas de palmito no local, onde mais tarde foi construída a primeira matriz, hoje demolida, para a construção da qual muito se esforçaram os Srs. Jorge Dias, Benjamim Vieira, Manoel Mariano de Abreu, família Malaquias e outros.

Em 1922, sendo instalado distrito de São José do Grama, do Município de São Domingos do Prata, uma das providências tomadas pelo agente executivo do município, Dr. Edelberto de Lelles Ferreira, foi a criação de uma escola primária municipal no povoado de Timóteo, sob a direção de D. Maria Quintão de Miranda, que exerceu o cargo por pouco tempo, sendo substituída por D.Maria Chaves que alfabetizou várias gerações de timotenses.

Em 1º de novembro de 1938, Timóteo desmembrou-se do município de São Domingos do Prata, anexando-se ao de Antônio Dias, já como distrito autônomo, cuja instalação realizou-se a 1º de janeiro de 1939, sendo nomeado seu primeiro juiz de paz, o Sr. Joaquim Ferreira de Souza, que a 24 de junho do mesmo ano deu posse ao Sr. José Moreira de Castro, como escrivão de paz e notas interino, o qual foi efetivado pelo 1º juiz de paz, que dias depois sucedeu ao Sr. Joaquim Ferreira, o farmacêutico Raimundo Alves de Carvalho.

Em 1945, pela primeira vez, foi feito o serviço eleitoral no distrito de Timóteo, para o qual foi nomeado o juiz preparador, o 1º juiz de paz, o Sr. Raimundo Alves que empossou o cargo de escrivão e preparador o Sr. José Moreira de Castro.

 
Criado no município de Coronel Fabriciano, em virtude da lei nº 336 de 27 de dezembro de 1948, o distrito e Timóteo foi anexado ao novo município. Em 1945, com a implantação da Cia de Aços Especiais Itabira “Acesita”, em seu território, grande impulso tomou Timóteo, começando os primeiros pruridos de emancipação.

Para a criação do Grupo escolar “D. Angelina Alves”, em 1953, o farmacêutico Raimundo Alves, na ocasião exercendo também o cargo de inspetor escolar do município pôs à disposição um prédio de sua propriedade sem ônus para o Estado, no qual foi instalado o dito grupo escolar, tendo sido nomeada sua primeira diretora D. Eli Moreira Drumond.

Em dezembro de 1954, no governo municipal de Raimundo Alves, foi inaugurado o serviço de força e luz em Timóteo.

Durante anos, os fiéis de Timóteo foram assistidos pelo vigário da freguesia de São José do Grama, devendo-se a construção do seu cemitério ao virtuoso padre Antônio Araújo. Com a criação em 1950, da paróquia de Acesita pelo Arcebispo Metropolitano de Maria, D. Helvécio Gomes de Oliveira, que proveu seu primeiro vigário Monsenhor Rafael Arcanjo Coelho, o qual trouxe a congregação irmãos e Beneficência Popular, por ele criada em 1946.

Somente em 1959, que foi criada a paróquia São Sebastião de Timóteo, tendo sido nomeado seu primeiro pároco o padre Olau Bicalho.

Após dez anos de luta insana e tenaz é vencida batalha dos heróicos timotenses com a emancipação do município, que se instalou a 29 de abril de 1964, tendo sido nomeado intendente o Sr. Vinco da Fonseca, que governou o novo município até a posse do seu primeiro prefeito eleito, o Sr. José Antônio de Araújo.

Em 1944, iniciava-se a era do aço na região, com a implantação da Cia Aços Especiais Itabira “Acesita” no antigo município de Coronel Fabriciano. 
Autor do Histórico: JOÃO DOS SANTOS BRAGA

ASPECTOS FÍSICOS E GEOGRÁFICOS
População 2010: 81.243
Área da unidade territorial (Km²) *: 144,381
Densidade demográfica (hab/Km²): 562,70
Código do Município: 316870
Gentílico: timotense

ALTITUDE
Máxima:  864m (Pico do Ana Moura)
Mínima:  225m (Foz do rio Piracicaba)
Média:  310

CLIMA
Tropical com inverno seco.

TEMPERATURA
Média anual                    : 24,00ºC
Média máxima anual      : 28,90ºC
Média mínima anual       : 17,10ºC
Máxima                          : 38,00ºC
Mínima                           :  8,00ºC
LOCALIZAÇÃO
Microrregião Siderúrgica de Minas Gerais.
Centro-Leste de Minas na região denominada Vale do Aço.

COORDENADAS GEOGRÁFICAS
Latitude Sul:           19º30’36’’
Longitude Oeste:     42º38’16’’

RELEVO - TOPOGRAFIA
Plano:  20
Ondulado:  50
Montanhoso:  30

PRINCIPAIS RIOS / BACIA
Rio Piracicaba
Rio do Belém
Bacia do Rio Doce

LIMITES
Norte:     Coronel Fabriciano/Ipatinga
Leste:      Caratinga/ Bom Jesus do Galho
Oeste:      Antônio Dias/ Jaguaraçu
Sul:.         Marliéria

ASPECTOS ECONÔMICOS

As atividades básicas da economia de Timóteo  são Indústria Siderúrgica, Comércio e Serviços. A expressão industrial é dada pela Acesita que, além de sua presença direta, gera efeitos multiplicadores indiretos sobre a economia local, particularmente na atração de indústrias que demandam do aço, enquanto insumo, ou que encontram na siderurgia seis mercado preferencial. Grande parte da área rural é destinada a matas e florestas restringindo atividades agropecuárias.

INTEGRAÇÃO DO MUNICÍPIO

VIAS DE ACESSO

FERROVIÁRIO

CIDADES
FERROVIA
Timóteo/Vitória
EFVM/CVRD
Timóteo/Belo Horizonte
EFVM/CVRD
Timóteo/ Itabira
EFVM/CVRD

RODOVIÁRIO
CIDADES
RODOVIAS
Timóteo/Belo Horizonte
BR 381
Timóteo/ Rio de Janeiro
BR 458 e 116
Timóteo/ São Paulo
BR 381
Timóteo/Vitória
BR 458, 116 e 262
Timóteo/ Governador Valadares
BR 381

DISTÂNCIA DOS GRANDES CENTROS
Através de Rodovias (em Km)

CIDADES
RODOVIÁRIO (km)
Belo Horizonte
198
Vitória
413
Rio de Janeiro
542
São Paulo
804
Brasília
909

BR 381
Timóteo/ Rio de Janeiro
BR 458 e 116
Timóteo/ São Paulo
BR 381
Timóteo/Vitória
BR 458, 116 e 262
Timóteo/ Governador Valadares
BR 381

DISTÂNCIA DOS GRANDES CENTROS
Através de Rodovias (em Km)
 CIDADES
RODOVIÁRIO (km)
Belo Horizonte
198
Vitória
413
Rio de Janeiro
542
São Paulo
804
Brasília
909

Fontes: Vale em Revista - 1.974, site oficial http://www.timoteo.mg.gov.br